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ROLAC Media Update 6 March 2007
Mudanças climáticas
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ROLAC Media Update

6 March 2007




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Diretor do Pnuma apóia Brasil como sede de debate sobre governança ambiental

05/03/2007

Rafael Imolene

O diretor-executivo do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Achim Steiner, disse, nesta segunda-feira (5), apoiar a iniciativa do governo brasileiro de convocar uma reunião de cúpula entre ministros do Meio Ambiente e de Relações Exteriores para debater a governança ambiental no planeta. A proposta partiu da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante reunião em Brasília com o diretor-executivo, em sua primeira visita oficial ao país desde que assumiu o cargo. "Vejo com entusiasmo a postura brasileira. É esse papel proativo que o Pnuma espera de um país com o peso do Brasil na área ambiental", afirmou Steiner.

A iniciativa do governo brasileiro foi motivada pela proposta francesa de criar uma Organização Mundial de Meio Ambiente, apresentada em fevereiro na última reunião de ministros do Meio Ambiente, em Nairóbi, no Quênia. Segundo Marina Silva, a proposta da França gerou uma discussão polarizada entre países desenvolvidos e os demais. "O Brasil se propõe a sediar uma reunião de cúpula de ministros do Meio Ambiente e de Relações Exteriores para realizar o debate da governança ambiental global e buscar uma mediação entre as diferentes propostas. Não significa que certamente haverá um alinhamento, mas pode surgir, a partir da reunião no Brasil, um marco referencial para sairmos do impasse", afirmou a ministra.

Ainda de acordo com Marina, o debate não deve se resumir a uma perspectiva puramente ambiental. "Para fazer frente aos graves problemas ambientais é fundamental inserir o tema na agenda de desenvolvimento", disse. Os detalhes da reunião de cúpula seriam apresentados à delegação do Pnuma no Ministério das Relações Exteriores, em evento programado para a tarde desta segunda-feira. Inicialmente, a cúpula no Brasil contaria com a participação de 15 países representantes de blocos regionais.

No compromisso realizado pela manhã no Ministério do Meio Ambiente, a equipe do MMA apresentou aos representantes do Pnuma os esforços e resultados obtidos pelo governo brasileiro desde 2003, como a criação de 20 milhões de hectares em áreas de preservação, a redução de 52% no desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos e a apreensão de 880 mil metros cúbicos de madeira explorada ilegalmente, além da aplicação de R$ 2,8 bilhões em multas.

O secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco, apresentou estatísticas que mostram a suspensão de 66 mil registros de propriedades rurais em nove estados da Amazônia Legal, bem como o crescimento da área protegida por reservas federais na região, que era de 6,14% do total da floresta em 2002, passando para 9,98% em 2006, excluindo as terras indígenas. "Em 2007 poderemos chegar a 11,98%, praticamente o dobro em apenas cinco anos", afirmou Capobianco.

Mudanças climáticas - O tema mudanças climáticas mereceu destaque durante a reunião entre MMA e Pnuma. Segundo Steiner, o assunto ocupará um importante espaço na agenda internacional deste século. Marina Silva afirmou que o Brasil concluiu oito projetos preliminares de pesquisa sobre Mudanças Climáticas e seus Efeitos sobre a Biodiversidade Brasileira, divulgados no dia 27 de fevereiro. Os estudos analisaram o perfil evolutivo do clima no País e desenharam cenários do clima até o ano 2100. "Em relação às mudanças climáticas, o MMA tem trabalhado a idéia de um plano nacional de prevenção e mitigação, também buscando a adaptação e vulnerabilidade envolvendo os diferentes setores do governo", disse Marina Silva.

Ao final, Steiner mostrou interesse em levar a outros países as experiências brasileiras. "Queremos um trabalho muito mais ativo entre o Brasil, o Pnuma e o sistema das Nações Unidas, porque teremos uma grande oportunidade de interagir políticas nacionais, regionais e globais. Vou precisar do apoio do Brasil", afirmou o diretor-executivo do Pnuma. A ministra Marina Silva solicitou a Steiner que fortaleça o escritório regional do órgão com mais infra-estrutura e recursos humanos.


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Se apaga o coaxar das rãs


Por Stephen Leahy*


A extinção de anfíbios na América Latina adquiriu dimensões alarmantes: 209 espécies na Colômbia e 198 no México estão em risco de desaparecer.

TORONTO, 5 de março (Terramérica).- Rãs e outros anfíbios estão se extinguindo rapidamente em todo o mundo, sobretudo em países da América Latina. No Caribe, até 80% das espécies estão em risco de desaparecer, enquanto a Colômbia registra 209 espécies ameaçadas e o México 198. A degradação ambiental, junto com a perda de hábitat, a radiação ultravioleta, as doenças e a mudança climática são todos fatores envolvidos nestas perdas sem precedentes. Pelo menos 43% das espécies de anfíbios estão em redução no planeta. Calcula-se que 170 espécies de rãs, sapos e salamandras podem ter sido extintas nas últimas duas décadas.

“Os anfíbios estão nos dizendo que há algo errado com nossos ecossistemas”, disse ao Terramérica Robin Moore, encarregado da Conservação de Anfíbios na não-governamental Conservação Internacional, com sede nos Estados Unidos. Os anfíbios têm pele muito porosa, que os tornam mais vulneráveis às mudanças ambientais do que os mamíferos, pássaros ou répteis. Alguns cientistas os consideram uma espécie de barômetro da saúde da Terra.

Segundo a Avaliação Global de Anfíbios, que analisou a situação dos quase seis mil anfíbios conhecidos, a situação mais grave é registrada no Caribe, onde mais de 80% dos anfíbios estão ameaçados na República Dominicana, Cuba e Jamaica, e um surpreendente 92% no Haiti. O Equador também registra um panorama preocupante, com 163 espécies ameaçadas. “Há enormes quantidades de anfíbios que nem mesmo conhecemos”, disse Moore. Encerrada em 2004, a Avaliação Global de Anfíbios é o maior esforço já feito para determinar o status dos anfíbios.

Apesar deste esforço, regiões como a América Latina podem ter duas ou três vezes mais espécies não descritas de anfíbios do que as cientificamente reconhecidas, disse o especialista. Os anfíbios são importantes particularmente em zonas tropicais, onde são tão numerosos que têm um papel essencial no controle de insetos que causam doenças nos humanos. Várias espécies de rãs são pesquisadas por seu potencial medicinal. Durante muito tempo as rãs venenosas (Dendrobatidae) proporcionaram a caçadores das Américas Central e do Sul uma toxina que agora é transformada em novos calmantes.

No ano passado, cientistas e organizações conservacionistas exigiram a criação de uma Aliança de Sobrevivência de Anfíbios, uma rede global para deter a diminuição de exemplares antes que outras centenas se extingam. O esforço incluiria pesquisas, programas de campo, criação em cativeiro e proteção do hábitat. Consumiria cinco anos e custaria US$ 400 milhões. Mas ainda tem de decolar. A Aliança, que é coordenada pela Conservação Internacional e pelo Grupo Especialista em Anfíbios da Comissão de Sobrevivência das Espécies da União Mundial para a Natureza (UICN), espera contratar um diretor-executivo de tempo integral nas próximas semanas. “Arrecadamos algum dinheiro, mas de modo algum é a quantia que precisamos”, afirmou Moore.

Há alguns dias, especialistas em anfíbios reunidos na cidade de Atlanta, nos Estados Unidos, convocaram os zoológicos, aquários e jardins botânicos do mundo a criarem uma Arca Anfíbia. Pediram às instituições que colaborem com pelo menos 500 rãs de uma espécie ameaçada para protegê-las de fungos quitridiais, de impacto mortal nos anfíbios. Cada rã será limpa para garantir que não haja introdução dessa doença na área protegida. A organização calcula que completar o projeto custará entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões.

A diminuição dos anfíbios é um problema muito maior do que um fungo perigoso, segundo Alan Pounds, ecologista residente no Centro Científico Tropical da Reserva Biológica Bosque Nublado Monteverde, na Costa Rica. “Não há evidência sólida de que o fungo seja a única razão”, disse Pounds ao Terramérica. A própria pesquisa de Pounds mostra que a mudança climática está afetando a ecologia das encostas cobertas de neblina das Américas Central e do Sul, e que precipitou uma redução das coloridas rãs arlequim (Atelopus), com o desaparecimento de dois terços das mais de cem espécies existentes desde a década de 80.

Segundo Pounds, a mudança climática parece ter criado condições mais favoráveis para a propagação do fungo quitridial, já que o aumento das temperaturas potencializou a camada de nuvens que cobre as montanhas, tornando mais frescos os dias e mais quentes as noites. As rãs também são sensíveis aos pesticidas, à má qualidade da água, à chuva ácida e a outros contaminantes ambientais. Ao acrescentar-se a mudança climática, que altera processos ecológicos complexos, incluindo a dinâmica das enfermidades, haverá impactos às vezes significativos sobre as espécies.

“Parece surpreendente e escandaloso que as espécies desapareçam de reservas naturais aparentemente virgens. Mas não há nenhum lugar do planeta que seja virgem”, disse Pounds. O atacante global e a variedade das mudanças ambientais fazem com que para a ciência seja muito difícil determinar exatamente a razão de todos os membros de uma espécie de rã se extinguir após viver na Terra por milhões de anos. É necessário manejar melhor, com urgência, o hábitat, incluindo uma compreensão do que ocorre nos ecossistemas, junto com uma ação sobre a deterioração ambiental e a mudança climática para minimizar a perda de anfíbios e outras espécies, continuou Pounds. “Deveríamos ouvir a mensagem das rãs. Elas nos alertam sobre a deterioração ambiental que ameaça todas as espécies e o nosso próprio bem-estar”, concluiu.


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